O Impressionismo foi o movimento das artes plásticas, desenvolvido na pintura, no final do século XIX, na França, e que influenciou muito a música. Constitui-se no marco da arte moderna por ser o início do caminho rumo ao Abstracionismo. Embora mantenha temas do realismo, não se propõe a fazer denúncia social. Retrata paisagens urbanas e suburbanas, como o naturalismo. A diferença está na abordagem estética: os impressionistas parecem apreender o instante em que a ação acontece ao criar novas maneiras de captar a luz e as cores. Nessa tendência em mostrar situações naturais, extrai conceitos da fotografia, nascida em 1827.
A primeira exposição pública impressionista realiza-se em 1874 em Paris. Entre os expositores está Claude Monet, autor de Impressão: o Nascer do Sol (1872), tela que dá nome ao movimento. Outros expoentes são os franceses Édouard Manet (1832-1883), Auguste Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Edgar Degas (1834-1917) e Camille Pissarro (1830-1903). Para inovar a forma de pintar a luminosidade e as cores, os artistas dão enorme importância à luz natural. Nos quadros são comuns cenas passadas à beira do rio Sena, em jardins, cafés, teatros e festas. O que está pintado é um instante de algo em permanente mutação.
Com a dispersão do grupo, alguns artistas tentam superar as propostas básicas do movimento desenvolvendo diferentes tendências, agrupadas sob o nome de Pós-Impressionismo. Nessa linha se incluem os franceses Paul Cézanne e Paul Gauguin (1848-1903), o holandês Vincent Van Gogh e o francês Georges Seurat.
Influenciados pelos conhecimentos científicos sobre a refração da luz, os neo-impressionistas criam o pontilhismo, ou divisionismo. Os tons são divididos em semitons e lançados na tela em pequenos pontos visíveis de perto, que se fundem na visão do espectador conforme a distância em que ele se coloca da obra. A preocupação em captar um instante dá lugar ao interesse pela fixação das cenas obtida da subdivisão das cores. Como resultado, elas tendem a exibir um caráter estático. Um exemplo é Uma Tarde de Domingo na Ilha da Grande-Jatte, de Seurat.
Embora inicialmente ligado ao Impressionismo, Cézanne desenvolve uma pintura precursora do Cubismo. Van Gogh alia-se ao Expressionismo, enquanto Gauguin dá ao Impressionismo uma dimensão simbólica que inspira o Simbolismo e o Expressionismo.
As idéias do Impressionismo são adotadas pela música por volta de 1890 na França. As obras se propõem a descrever imagens e várias peças têm nomes ligados a paisagens, como Reflexos na Água, do compositor francês Claude Debussy (1862-1918), pioneiro do movimento.
O Impressionismo abandona a música tonal - estruturada com base na eleição de uma das 12 notas da escala (as sete básicas e os semitons) - como principal. Sustenta-se nas escalas modais (definidas pela recombinação de um conjunto de notas eleito como básico para as melodias de uma cultura) vindas do Oriente, da música popular européia e da Idade Média.
A obra de Debussy é marcada pela proximidade com poetas do Simbolismo. Prelúdio à Tarde de um Fauno, considerado marco do Impressionismo musical, ilustra um poema do simbolista Stéphane Mallarmé. Na ópera, Debussy rejeita o formalismo e a linearidade, como em Pelléas et Mélisande. Outro grande nome é o francês Maurice Ravel (1875-1937), autor de A Valsa e de Bolero.
No Brasil, nas artes plásticas há tendências impressionistas em algumas obras de Eliseu Visconti (1866-1944), Georgina de Albuquerque (1885-1962) e Lucílio de Albuquerque (1877-1939). Uma das telas de Visconti em que se evidencia essa influência é Esperança (Carrinho de Criança), de 1916. Características pós-impressionistas encontram-se em obras de Eliseu Visconti, João Timóteo da Costa (1879-1930) e nas primeiras telas de Anita Malfatti, como O Farol (1915). A música nacionalista, como a desenvolvida no Brasil por Heitor Villa-Lobos, retira muito de sua base do impressionismo.
Confira abaixo algumas imagens sobre o Impressionismo:
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