segunda-feira, 9 de maio de 2011

Expressionismo

O movimento artístico denominado Expressionismo surgiu na Alemanha, na cidade de Dresden, por volta de 1905, em oposição ao Impressionismo e ao cientismo de caráter anti-racionalista. A designação que lhe foi atribuída aplica-se a toda a arte em que se distorce a realidade, dando-lhe uma expressão trágica ou caricatural dos temas, deformando as imagens e empregando cores exuberantes e patéticas, em largas manchas de violento contraste, que lhes permite retratar a violência das paixões e as emoções pessoais e provocar nos espectadores reações da mesma ordem. Os pormenores encontram-se dispostos de uma forma muito ritmada e dinâmica. A noção de perspectiva é substituída pela organização do espaço e pela utilização de cores muito acentuadas que sugerem a profundidade e o modelado. Tenta-se exprimir as forças que agitam ou dilaceram a alma humana e as suas emoções interiores ou até uma visão muito pessoal do artista. É uma forma de expressão muito subjetiva em que os artistas estabelecem uma ligação afetiva com tudo o que representam. As suas obras têm, por isso, um caráter muito emotivo e tenso. Procura-se denunciar a alienação do Homem, a sua profunda solidão, através de uma linguagem imediata, brutal, agressiva, com uma violência quase primitiva, onde se procurava exprimir a angústia que tortura os indivíduos.

Os seus seguidores procuravam essa linguagem elementar que devia possuir a força das linguagens primitivas, capaz de expressar as emoções mais profundas do Homem. Importava, antes de tudo, revelar a natureza orgânica dos seres, coisas ou objetos no que eles têm de confuso e irracional. A partir de 1908, os elementos do grupo começaram a abandonar Dresden, mudando-se para Berlim. Os seus trabalhos apresentavam semelhanças tão acentuadas que se tornava difícil distingui-los. Era um estilo monótono e linear de cores fortemente contrastadas. Este estilo foi bastante duradouro, sobretudo na Alemanha.

Entre os artistas integrados nesta corrente, que foi especialmente marcado por Edvard Munch, destacam-se também: Otto Dix, Rouault, Soutine, Ludwig Kirchner, Heckel, Schmidt-Rottluff, Nolde, Pechstein, Otto Mueller e Oskar Kokoschk que praticou uma forma de Expressionismo mais independente. O pintor belga James Enson teve também algumas ligações com esta forma de arte, com as suas figuras macabras, encobertas por máscaras carnavalescas. O expressionismo flamengo reflete duas tendências diferentes: uma mística e simbólica representada por A. Servaes e G. van de Woestyne e outra mais sensual, ilustrada por Tytgat, De Smet e Permeke. Um outro expoente máximo do Expressionismo é Pablo Picasso. Este artista, considerado um dos maiores dos artistas contemporâneos, nasceu em Málaga mas mudou-se ainda bastante novo para Barcelona onde iniciou a sua formação. Aos 17 anos já possuía uma técnica perfeita. Em Paris, influenciado por Toulouse-Lautrec, juntamente com Isidro Nonell, o pintor de ciganos, começa por manifestar um estilo sensível e trágico, mas também um pouco romântico, retratando a vida dos pobres (vagabundos, mendigos e saltimbancos). Depois, o seu estilo vai evoluindo para uma arte menos triste e mais terna. Daí as suas obras serem classificadas em vários períodos, de acordo com a cor dominante dos seus quadros ou da tendência seguida, numa sucessão de estilos, cada qual demarcando-se do anterior por uma ruptura e uma mudança radical em que o artista, com uma virtuosa técnica natural, parecia esgotar as possibilidades de cada tema anterior, mesmo antes de se virar para o seguinte: época azul (1901/04), época rosa (1905/07), fase negra (1907/09), fase cubista (1910/16), fase cubista e neo-clássica (1916/24), fase abstrata (1926/36) e fase expressionista (1937/46). A partir de 1907 as suas telas viriam a constituir o ponto de partida duma revolução visual. Picasso, sem abandonar uma certa fidelidade à aparência do real, aos poucos vai se libertando e aproximando do irreal, sobretudo através das cores utilizadas, que procuram traduzir os sentimentos e emoções. Procura então situar as formas no espaço sem recorrer à perspectiva. Em conjunto com o seu amigo Georges Braque inicia uma nova experiência, que irá durar sete anos de trabalho em conjunto, que os levará a ambos à pintura cubista.

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