segunda-feira, 9 de maio de 2011

Futurismo

O Futurismo foi o movimento artístico e literário iniciado oficialmente em 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo Marinetti (1876-1944), no jornal francês Le Figaro. O texto rejeita o moralismo e o passado, exalta a violência e propõe um novo tipo de beleza, baseado na velocidade. O apego do futurismo ao novo é tão grande que chega a defender a destruição de museus e de cidades antigas. Agressivo e extravagante, encara a guerra como forma de higienizar o mundo.

O Futurismo produz mais manifestos - cerca de 30, de 1909 a 1916 - que obras, embora esses textos também sejam considerados expressões artísticas. Há enorme repercussão, principalmente na França e na Itália, onde vários artistas, entre eles Marinetti, se identificam com o fascismo nascente. Após a Primeira Guerra Mundial, o movimento entra em decadência, mas seu espírito influencia o Dadá.

Nas artes plásticas, as obras refletem o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. Para expressar velocidade na pintura, os artistas recorrem à repetição dos traços das figuras. Se querem mostrar muitos acontecimentos ao mesmo tempo, adaptam técnicas do Cubismo. Na escultura, os futuristas fazem trabalhos experimentais com vidro e papel e seu expoente é o pintor e escultor italiano Umberto Boccioni (1882-1916). Sua escultura Formas Únicas na Continuidade do Espaço (1913) - interseção de inúmeros volumes distorcidos - é uma das obras emblemáticas do Futurismo. Nela se capta a idéia de movimento e de força.

Preocupados com a interação entre as artes, alguns pintores e escultores se aproximam da música e do teatro. O pintor italiano Luigi Russolo (1885-1947), por exemplo, cria instrumentos musicais e os utiliza em apresentações públicas.

Na Rússia, o Futurismo tem papel importante na preparação da Revolução Russa (1917) e caracteriza as pinturas de Lariónov (1881-1964) e Gontcharova (1881-1962).

NA literatura, as principais manifestações ocorrem na poesia italiana. Sempre a serviço de causas políticas, a primeira antologia sai em 1912. O texto é marcado pela destruição da sintaxe, dos conectivos e da pontuação, substituída por símbolos matemáticos e musicais. A linguagem é espontânea e as frases são fragmentadas para expressar velocidade. Os autores abolem os temas líricos e incorporam à poesia palavras ligadas à tecnologia. As idéias de Marinetti, mais atuante como teórico que como poeta, influenciam o poeta cubista francês Guillaume Apollinaire (1880-1918).

Na Rússia, o Futurismo se expressa basicamente na literatura - enquanto os autores italianos se identificam com o fascismo, os russos aliam-se à esquerda. Vladímir Maiakóvski (1893-1930), o poeta da Revolução Russa, aproxima a poesia do povo. Viktor Khlébnikov (1885-1922) é outro poeta de destaque.

No teatro, introduz a tecnologia nos espetáculos e tenta interagir com o público. O manifesto de Marinetti sobre teatro, de 1915, defende representações de apenas dois ou três minutos, um pequeno texto, ou nenhum texto, vários objetos em cena e poucos atores.

As experiências na Itália concentram-se no teatro experimental fundado em 1922 pelo italiano Anton Giulio Bragaglia (1890-1960). Marinetti também publica uma obra dramática em 1920, Elettricità Sensuale, mesmo título de uma peça sua escrita em 1909.

No Brasil, o movimento colabora para desencadear o Modernismo, que dominou as artes após a Semana de Arte Moderna de 1922. Os modernistas usam algumas das técnicas do Futurismo e discutem suas idéias, mas rejeitam o rótulo, identificado com o fascista Marinetti.



Confira abaixo algumas imagens sobre o Futurismo:

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