segunda-feira, 9 de maio de 2011

Arte: classe e valor

A arte é entendida por alguns como um pertence de apenas algumas classes sociais, principalmente das mais ricas. Esta definição exclui a classe inferior, em questão financeira. Nesse contexto, a arte é vista como uma atividade de classe superior associada à riqueza, a capacidade de venda e compra de arte, o lazer e o prazer para desfrutar de uma obra. Por exemplo, o Palácio de Versailles ou o Hermitage, em São Petersburgo, com sua vasta coleção de arte, acumuladas pela realeza da Europa exemplificam esta visão. Coletando tal arte é o de preservar o rico, ou de Governos e instituições.
Entretanto, tem havido um empurrão cultural na outra direção, pelo menos desde 1793, quando o Louvre, que tinha sido um palácio privado dos Reis de França, foi aberta ao público como museu de arte durante a Revolução Francesa. A maioria dos museus públicos modernos e arte programas educacionais para as crianças nas escolas pode ser rastreada até este impulso de mostrar a arte a todos. Nos Estados Unidos, há museus de todos os tipos: dos mais ricos, até os mais públicos, como acontece no Brasil, e em Portugal.
Há tentativas de criar arte que não podem ser compradas pelos ricos, como se fossem objeto de um estatuto. No final dos anos 1960 e 1970 foi justamente isto: criar arte que não podia ser comprada e/ou vendida. "É necessário apresentar algo mais do que meros objectos", disse que o grande artista pós-guerra alemão Joseph Beuys. Este período viu o surgimento de coisas como arte performática, vídeo arte e arte conceitual. A ideia era que, se o trabalho artístico foi um desempenho que iria deixar nada para trás, ou era simplesmente uma ideia, não podia ser comprada e vendida.
Muitas dessas performances de criar obras que são apenas compreendido pela elite, resultaram nas razões pelas quais uma ideia ou vídeo ou um aparente "pedaço de lixo" pode ser considerado arte.

Formas, gêneros, mídias, e estilos

As artes criativas são muitas vezes divididas em mais categorias específicas, tais como artes decorativas, artes plásticas, artes do espectáculo, ou literatura. Assim, por exemplo, pintura é uma forma de arte visual, e a poesia é uma forma de arte literária.
Uma forma de arte é uma forma específica de expressão artística para tomar, é um termo mais específico do que arte em geral, mas menos específico do gênero.
Alguns exemplos incluem:
Arquitectura
Artes cénicas
Arte digital
Arte-educação
Artes plásticas
Artes visuais
Banda desenhada
Cinema
Dança
Desenho
Escultura
Graffiti
Fotografia
Literatura (Poesia e Prosa)
Música
Pintura
Poesia
Teatro

Utilidade

Uma das características da arte é a dificuldade que se tem em conferir-lhe utilidade. Muitas vezes esta dificuldade em encontrar utilidade para a arte mascara preconceitos contra a arte e os artistas.
O que deve ser lembrado é que a arte não possui utilidade, no sentido pragmatista e imediatista de servir para um fim além dele mesmo. Assim, um quadro não "serve" para outra coisa, como um desenho técnico, como uma planta de engenharia, por exemplo, serve para que se construa uma máquina. Mas isso não quer dizer que a arte não tenha uma função.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão (segundo Charles S. Peirce, fundador da semiótica). Essa seria a principal função da arte.
A arte também é usada por terapeutas, psicoterapeutas e psicólogos clínicos como terapia. Nise da Silveira foi uma importante psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung, que utilizou com sucesso em seus pacientes, a partir de 1944, a arte a partir da terapia ocupacional. Graças a este trabalho, fundou o Museu do Inconsciente, em 1952, no Rio de Janeiro.
Paul McCartney, ex-Beatle, diz que a música é capaz de curar. Ele afirmou que em uma de suas visitas a um hospital que realiza tratatamento de autistas, estes respondiam quando se dedilhava algo no violão. Sabe-se que as pessoas vítimas de autismo respondem muito pouco a estímulos externos, de acordo com o grau de autismo.
A arte pode trazer indícios sobre a vida, a História e os costumes de um povo, inclusive dos povos e nações já extintos. Assim, conhecemos várias civilizações por meio de sua arte, como a egípcia, grega antiga e muitas outras. A História da Arte é a disciplina que estuda as manifestações artísticas da humanidade através dos séculos.
Grafite e outros tipos de arte de rua são gráficos e imagens pintadas por spray. São vistos pelo público em paredes de edifícios, em ônibus, trens, pontes e, normalmente sem permissão do governo. Este tipo de arte faz parte de diversas culturas juvenis. Nos EUA, na cultura hip-hop, são comumemente usadas para a expressão de opiniões sobre política, e outras vezes trazem mensagens de paz, de amor e união.
A arte, como qualquer outra manifestação cultural humana, pode ser utilizada para a coesão social, reafirmando valores, ou os criticando, de acordo com a civilização.
Assim, a arte é utilizada como instrumento de moralização, doutrinação política e ideológica, assim como ferramenta na educação em vários campos do conhecimento, desde o ensino básico até o treinamento de funcionários em empresas. Segundo a sistematização de conhecimento artístico e fisiológico sobre o funcionamento do cérebro realizado por Betty Edwards, principalmente a partir de sua obra Desenhando com o lado direito do cérebro, as habilidades artísticas são regidas pelo lado direito do cérebro, e a lógica e outras habilidades ligadas à racionalidade são regidas pelo lado esquerdo. A utilização da arte como ferramenta pedagógica seria uma forma de utilizar os dois lados do cérebro, de forma complementar para um aprendizado mais eficaz.
As obras de arte também podem fazer críticas a uma sociedade. Les Misérables, de Victor Hugo, é um exemplo de obra literária que critica a sociedade francesa do início do século XIX. A obra do pintor espanhol Goya, Os fuzilamentos de 3 de maio é outro exemplo disso.
A interpretação da obra depende do observador. Portanto, inversamente a própria subjetividade da arte demonstra a sua importância no sentido de facilitar a troca e discussão de ideias rivais, ou para prestar um contexto social em que diferentes grupos de pessoas possam reunir e misturar-se.

Definições da Arte

A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Pode ser separada ou não em arte rupestre, como é entendida hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido tecnológico.
Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e a ciência estavam juntas na figura do xamã, que era artista (músico, ator, poeta, etc.), sacerdote e médico. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades.
Este era o sentido que os gregos, na época clássica (século V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. Neste sentido, é a acepção ainda hoje usada no termo artes marciais.
No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada no meio da religião e da ciência".
A arte existe desde que há indícios do ser humano na Terra. Ao longo do tempo, a função da arte tem sido vista como um meio de espelhar nosso mundo (naturalismo), para decorar o dia-a-dia e para explicar e descrever a história e os diversos eus que existem dentro de um só ser (como pode ser visto na literatura) e para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem. Estilo é a forma como a obra artística se mostra, enquanto que Estética é o ramo da Filosofia que explora a arte como fundamento.
Uma obra artística só se torna conhecida quando algo a faz ficar diante de um dos sentidos do ser humano. Os avanços tecnológicos contribuem de uma forma colossal para criar acessibilidade entre a pessoa que deseja desfrutar da arte e a própria arte. A pessoa e a obra se unem então, por diversos meios, como os rádios (para a música), os museus (para pinturas, esculturas e manuscritos), e a televisão, que talvez seja, entre esses itens citados, o que mais capacidade tem para levar a obra artística a um número grande de interessados, por utilizar diversos sentidos (visão, audição) e por utilizar também satélite. A própria Internet é fonte de transmissão entre a obra e o interessado, com sites (que distribuem E-books e por softwares especializados em conectar o computador do usuário a uma rede com diversos outros computadores.
Entretanto, exploradores, comerciantes, vendedores e artistas de público (palhaços, malabaristas, ator, etc.) também costumam apresentar ao público as obras, nos mais diversos lugares, de acordo com suas funções. A arqueologia transmite ideias de outras culturas; a fotografia é uma forma de arte e está acessível por todos os cantos do mundo; e também por almanaques, enciclopédias e volumes em geral é possível conhecer a arte e sua história. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, cinema e dança.
O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas ideias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida.
A inspiração seria o estado de consciência que o artista atinge, no qual vê a percepção, a razão e emoção encontram-se combinados de forma parte para realizar suas melhores obras. Seria o insight de algumas teorias da psicologia.

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Créditos ao site

Tropicalismo no Brasil: Música, Arte e Fotos



Movimento cultural do fim da década de 60 que, ao fazer uso de deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira, até então dominada pela estética da bossa nova. Liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o tropicalismo adota as idéias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade para aproveitar elementos estrangeiros que entram no país e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criar um novo produto artístico. Também se baseia na contracultura, com a utilização de valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou subdesenvolvidas.

O movimento é lançado com a apresentação das músicas Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gil, no Festival de MPB da TV Record, em 1967. Acompanhadas por guitarras elétricas, as canções causam polêmica com uma classe média universitária nacionalista, contrária às influências estrangeiras nas artes brasileiras. O disco Tropicália ou Panis et Circensis (1968), manifesto tropicalista, vai da estética brega do tango-dramalhão Coração Materno, de Vicente Celestino (1894-1968), à influência dos Beatles e do rock em Panis et Circensis, cantada por Os Mutantes. O refinamento da bossa nova está presente nos arranjos de Rogério Duprat (1932-), nos vocais de Caetano e na presença de Nara Leão (1942-1989).

O Tropicalismo aparece também em outras artes, como na escultura Tropicália (1965), do artista plástico Hélio Oiticica, e na encenação da peça O Rei da Vela (1967), do diretor José Celso Martinez Corrêa (1937-). O movimento chega ao fim com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Caetano e Gil são presos e, depois, exilam-se no Reino Unido. Em 1997, quando se comemoram os 30 anos do Tropicalismo, são lançados dois livros que contam sua história: Verdade Tropical, de Caetano Veloso, e Tropicália: A História de uma Revolução Musical, do jornalista Carlos Calado.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).

Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Confira abaixo algumas imagens sobre o Tropicalismo:

Surrealismo

O Surrealismo é um movimento artístico e literário que surgiu na França na década de 1920, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadá. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Defende que a arte deve libertar-se das exigências da lógica e expressar o inconsciente e os sonhos, livre do controle da razão e de preocupações estéticas ou morais. Rejeita os valores burgueses, como a pátria e a família.

O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton, que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista, mas as suas raízes mergulham alguns anos antes. Quase na mesma altura em que se deu a explosão futurista, outros artistas italianos, principalmente Giorgio de Chirico (1888-1978), criaram uma escola radicalmente diferente, conhecida por pintura "metafísica". A maquinaria e o movimento encontram-se ausentes das suas obras, enveredando pelo interesse pelo subconsciente e pelo irracionalismo místico. Durante o período cubista, em Paris, Marc Chagall de origem russa e Chirico, filho de pai italiano e mãe grega, associam na sua pintura elementos reais e irreais, numa antecipação da qualidade onírica dos surrealistas. Chagall, de religião judaica, mantém-se ligado à tradição e às recordações da sua infância numa pequena aldeia russa. Algumas das suas pinturas refletem esse passado, com imagens descontínuas e irracionais, lembrando sonhos e visões onde o mundo parece irreal, sem densidade, opacidade ou peso físico. Utiliza cores espantosas pelo seu brilho e irrealidade. As formas são vivas mas também irreais. Parece um mundo de "fantasmas familiares". O conjunto reflete a influência da arte popular russa, do judaísmo e da Bíblia, que lhe serviram de inspiração. Chirico iniciou-se com a representação de paisagens urbanas onde aparecem edifícios de arcadas, estátuas e uma ou outra figura humana. Depois, experimenta composições mais estranhas e heterogêneas, em que as figuras, colocadas em espaços profundos e desolados, são manequins e outras personagens, compostas de objetos de todos os tipos, fazendo lembrar certas telas barrocas. A colocação das figuras e a projeção das suas sombras criam a impressão de solidão, de irrealidade e de sonho. Estas obras estranhas anunciam já o Surrealismo.

Essa corrente foi fortemente marcada pelas concepções psicanalistas de Freud e no conseqüente estudo do subconsciente. Breton, poeta e fortemente interessado pela psicanálise, imaginou uma nova forma de criação, partindo do reino do subconsciente que Kandinsky e Klee já tinham experimentado, mas introduzindo-lhe um novo espírito e um novo rumo. Estava assim criado o Surrealismo que se encontrava em sintonia com o clima intelectual da época.

Podem distinguir-se dois tipos de arte surrealista: o das experiências criadoras automáticas e o do imaginário tirado do mundo do sonho. O primeiro, tinha como objetivo assegurar a total liberdade criadora. O segundo, oferecia um novo campo de exploração artística, de ordem afetiva e caracterizava-se por uma fantasia abstrata.

As primeiras experiências feitas na pintura automática procuravam eliminar qualquer controle da razão ou do pensamento, libertando desse modo o subconsciente para o envio dos impulsos criadores. Seguiam as teorias defendidas por Freud e Bergson. Esperavam a erupção dessa vida secreta -as riquezas escondidas nas profundezas da alma- e assim alcançar o "maravilhoso", ausente da vida consciente. Para isso, utilizaram vários métodos, nomeadamente a hipnose, em que vários elementos do grupo entravam em transe, sendo registradas as palavras que pronunciavam enquanto estavam nessa situação. Depois, os surrealistas procuraram a combinação do consciente com o inconsciente, da realidade e do sonho para criar uma super-realidade. O artista mantém o figurativo, cuidando rigorosamente o desenho, mas renuncia ao racional para se deixar guiar pela imaginação e pela alucinação. Procuravam representar o "surreal", o que está para além da realidade, ou seja, o sonho, as imagens do inconsciente. Os seus quadros enchem-se de imagens estranhas, semelhantes às dos sonhos, cujo significado nem sempre é fácil de desvendar. Contudo, para muitos pintores, este movimento afirmava a importância do sonho na criação artística, como forma de libertação do espírito, recusando a "arte pela arte". As figuras que mais se destacam são: Salvador Dalí (1904-1989), René Magritte (1898-1967), Paul Klee, Wassily Kandinsky, Joan Miró, Max Ernst, entre outros.

Devido ao fato de este movimento ter como principal objetivo revelar os segredos e as profundidades do mundo psíquico, os artistas podiam servir-se das técnicas e dos princípios de todos os outros movimentos, incluindo estilos mais antigos (arte cretense, micênica e até a arte dos índios americanos ou a dos povos africanos e da Oceania). Inspiravam-se no que as convenções da sua época consideravam "estranho". Foi o que aconteceu com Joan Miró que utilizou símbolos que constituem uma autêntica linguagem hieroglífica. Deve-se ainda acrescentar que o Surrealismo é o resultado da "arte fantástica" e mantém-se ainda nos nossos dias muito vivo. Os surrealistas entendiam que "só o maravilhoso é belo" e por isso, procuravam através da surpresa alcançar uma "beleza violenta", rejeitando qualquer arte que aspirasse à racionalidade e à lógica. Talvez seja essa uma das razões por que tenha influenciado outras correntes que, à partida eram distintas dele, como é o caso da corrente denominada Neo-Romantismo que, embora pouco duradoura, sofreu uma ligeira influência mas os seus seguidores nunca recorreram ao subconsciente. Além disso, este movimento tem imprimido ao longo de várias gerações o gosto pelo fantástico, como acontece ainda nos nossos dias.

No Brasil, o Surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo Modernismo. Nas artes plásticas há traços surrealistas em algumas obras de Tarsila do Amaral, como na tela Abaporu, e de Ismael Nery, cuja tela nu mostra uma mulher branca de um lado e negra do outro. No início da carreira, o pernambucano Cícero Dias (1908-) pinta Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife, obra que apresenta todas as características surrealistas. Entre os escultores, o movimento influencia Maria Martins (1900-1973). Suas peças têm caráter fantástico, como o bronze O Impossível, em que bustos humanos têm lanças no lugar da cabeça.


Confira abaixo algumas imagens sobre o Surrealismo:

Simbolismo

O Simbolismo foi um movimento que se desenvolve nas artes plásticas, na literatura e no teatro no fim do século XIX. Surgido na França, depois se espalha pela Europa e chega ao Brasil. Caracteriza-se por subjetivismo, individualismo e misticismo. Rejeita a abordagem da realidade e a valorização do social feitas pelo Realismo e pelo Naturalismo. Palavras e personagens possuem significados simbólicos.

O poeta francês Charles Baudelaire é considerado precursor do Simbolismo por sua obra As Flores do Mal, de 1857. Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o nome Decadentismo, substituído por Simbolismo em manifesto publicado em 1886.

Para os simbolistas, a arte deve ser uma síntese entre a percepção dos sentidos e a reflexão intelectual. Buscam revelar o outro lado da mera aparência do real. Em muitas obras enfatizam a pureza e a espiritualidade dos personagens. Em outras, a perversão e a maldade do mundo. A atração pela ingenuidade faz com que vários artistas se interessem pelo primitivismo. Entre os representantes do movimento estão os franceses Gustave Moreau (1826-1898) e Odilon Redon (1840-1916). Paul Gauguin também passa por uma fase simbolista. A partir de 1890, o Simbolismo difunde-se por toda a Europa e pelo resto do mundo. Na Áustria ganha a interpretação pessoal do pintor Gustav Klimt (1862-1918). O norueguês Edvard Munch concilia os princípios simbolistas a uma expressão trágica que depois faz dele representante do Expressionismo. Na França destacam-se os pintores Maurice Denis (1870-1943) e Paul Sérusier (1864-1927), além do escultor Aristide Maillol (1861-1944).

A literatura manifesta-se na poesia, com versos que exploram a sonoridade. As obras usam símbolos para sugerir objetos, por exemplo, a cruz para falar de sofrimento. Também rejeita as formas rígidas do Parnasianismo. Difere do Romantismo pela expressão da subjetividade ausente de sentimentalismo.

Os principais expoentes na França são Paul Verlaine, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallarmé. Em Portugal sobressaem Eugênio de Castro (1869-1944), autor de Oaristos, Antônio Nobre (1867-1900), que escreve Só, e Camilo Pessanha (1867-1926), autor de Clépsidra.

Como o movimento rejeita a abordagem da vida real, no palco os personagens não são humanos. Constituem a representação de idéias e sentimentos. A forte relação com os impressionistas faz com que o som, a luz, a cor e o movimento tenham destaque nas encenações.

Um dos principais textos teatrais é Pelléas et Mélisande, do belga Maurice Maeterlinck (1862-1949). Em cena, os personagens materializam expressões poéticas sobre a brevidade e a falta de sentido da vida.

Outros dramaturgos importantes são o italiano Gabriele D''Annunzio; o norueguês Henrik Ibsen; na fase final de sua carreira; o irlandês William Yeats; e os portugueses João da Câmara (1852-1908) e Raul Brandão (1867-1930).

No Brasil, nas artes plásticas, o movimento influencia parte das pinturas de Eliseo Visconti e Lucílio de Albuquerque (1877-1939). É muito marcante nas obras de caráter onírico de Alvim Correa (1876-1910) e Helios Seelinger (1878-1965).

Na literatura, o primeiro manifesto simbolista é publicado em 1891, no jornal Folha Popular. As primeiras obras literárias são Missal e Broquéis (1863), de Cruz e Souza. O autor aborda mistérios da vida e da morte com uma linguagem rica, marcada pela musicalidade. Outro representante do movimento é Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), autor de Câmara Ardente e Kiriale, cuja poesia é marcada pela religiosidade e pela melancolia.

O teatro simbolista começa a ser escrito e encenado no início do século XX. A produção de textos é pequena. Falam da sociedade carioca da época. Os principais dramaturgos são Roberto Gomes (1882-1922), que escreve O Canto sem Palavras e Berenice, e Paulo Barreto (1881-1921), autor de Eva. Em 1933, Paulo Magalhães (1900-1972) monta A Comédia do Coração, que põe no palco personagens simbólicos, como Dor, Paixão e Ciúme.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.


Confira abaixo algumas imagens sobre o Simbolismo:

Romantismo

Tendência que se manifesta nas artes e na literatura do final do século XVIII até o fim do século XIX. Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do Neoclassicismo. Caracteriza-se por defender a liberdade de criação e privilegiar a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais e o passado. A tendência é influenciada pela tese do filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) de que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Também está impregnada de ideais de liberdade da Revolução Francesa (1789).

Nas artes plásticas, o Romantismo chega à pintura no início do século XIX. Na Espanha, o principal expoente é Francisco Goya (1746-1828). Na França destaca-se Eugène Delacroix (1798-1863), com sua obra Dante e Virgílio. Na Inglaterra, o interesse pelos fenômenos da natureza em reação à urbanização e à Revolução Industrial é visto como um traço romântico de naturalistas como John Constable (1776-1837). O romantismo na Alemanha produz obras de apelo místico, como as paisagens de Caspar David Friedrich (1774-1840).

Na área literária, a poesia lírica é a principal expressão. Também são freqüentes os romances. Frases diretas, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes. Amores irrealizados, morte e fatos históricos são os principais temas. Um dos marcos da literatura romântica é Cantos e Inocência (1789), do poeta inglês William Blake (1757-1827). O livro de poemas Baladas Líricas, do inglês William Wordsworth (1770-1850), é uma espécie de manifesto do movimento. O poeta fundamental do Romantismo inglês é Lord Byron (1788-1824). Na linha do romance histórico, o principal nome é o escocês Walter Scott (1771-1832). Na Alemanha, o expoente é Goethe (1749-1832), autor de Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto.

O Romantismo impõe-se na França no fim da década de 1820 com Victor Hugo (1802-1885), autor de Os Miseráveis. Outro dramaturgo e escritor francês importante é Alexandre Dumas (1802-1870), autor de Os Três Mosqueteiros.

Em relação a música, os compositores buscam liberdade de expressão. Para isso, flexibilizam a forma e valorizam a emoção. Exploram as potencialidades da orquestra e também cultivam a interpretação solo. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo caráter nacionalista.

A transição do Classicismo musical, que acontece já no século XVIII, para o Romantismo é representada pela última fase da obra do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827). Nas sonatas e em seus últimos quartetos de cordas, começa a se fortalecer o virtuosismo. De suas nove sinfonias, a mais conhecida e mais típica do Romantismo é a nona. As tendências românticas consolidam-se depois com Carl Maria von Weber (1786-1826) e Franz Schubert (1797-1828).

O apogeu, em meados do século XIX, é atingido principalmente com Felix Mendelssohn (1809-1847), autor de Sonho de uma Noite de Verão, Hector Berlioz (1803-1869), Robert Schumann (1810-1856), Frédéric Chopin (1810-1849) e Franz Liszt (1811-1886). No fim do século XIX, o grande romântico é Richard Wagner (1813-1883), autor das óperas românticas O Navio Fantasma e Tristão e Isolda.

A renovação do teatro começa na Alemanha. Individualismo, subjetividade, religiosidade, valorização da obra de Shakespeare (1564-1616) e situações próximas do cotidiano são as principais características. O drama romântico em geral opõe num conflito o herói e o vilão. Os dois grandes expoentes são os poetas e dramaturgos alemães Goethe e Friedrich von Schiller (1759-1805). Victor Hugo é o grande responsável pela formulação teórica que leva os ideais românticos ao teatro. Os franceses influenciam os espanhóis, como José Zorrilla (1817-1893), autor de Don Juan Tenório; os portugueses, como Almeida Garrett (1799-1854), de Frei Luís de Sousa; os italianos, como Vittorio Alfieri (1749-1803), de Saul; e os ingleses, como Lord Byron (1788-1824), de Marino Faliero.

O Romantismo no Brasil surge em 1830, influenciado pela independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões político-sociais. Defende a liberdade de criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade, a natureza, os temas nacionais, as questões político-sociais e o passado.

Os artistas dedicam-se a pinturas históricas, que enaltecem o império e o nacionalismo oficial. Exemplos são as telas A Batalha de Guararapes, de Victor Meirelles (1832-1903), e A Batalha do Avaí, de Pedro Américo. O Romantismo também influencia as obras dos pintores Araújo Porto Alegre (1806-1879) e Rodolfo Amoêdo (1857-1941).

Na literatura, o marco inicial do Romantismo brasileiro é a publicação, em 1836, de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). A produção literária passa por quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre e Gonçalves de Magalhães.

Na segunda (1840-1850) predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o romance de costumes. Os destaques são Gonçalves Dias, poeta de Canção dos Tamoios, José de Alencar, autor de O Guarani, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), de A Moreninha.

Na terceira (1850-1860), o nacionalismo intensifica-se e preponderam o individualismo, a subjetividade e a desilusão. Na poesia sobressaem Álvares de Azevedo, de Lira dos Vinte Anos, Casimiro de Abreu (1839-1860), de Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na prosa consolidam-se as obras de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825-1884), com A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), com Memórias de um Sargento de Milícias.

Na última fase (1860-1880), época de transição para o Realismo e o Parnasianismo, prevalece o caráter social e liberal ligado à abolição da escravatura. O grande nome na poesia é Castro Alves, autor de O Navio Negreiro. Outro poeta importante é Sousândrade (1833-1902), de Guesa. Na prosa destacam-se Franklin Távora (1842-1888), de O Cabeleira, e Machado de Assis, em suas primeiras obras, como Helena. Com o Romantismo surgem as primeiras produções do Regionalismo, que retrata de forma idealizada tipos e cenários de regiões do país.

Em relação a música, os compositores buscam liberdade de expressão e valorizam a emoção. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao Romantismo caráter nacionalista. A ópera se desenvolve no país. Seus principais representantes são Carlos Gomes, autor de O Guarani, e Elias Alvares Lobo (1834-1901). Eles são auxiliados por libretistas como Machado de Assis e José de Alencar. Em 1863 estréia Joana de Flandres, de Carlos Gomes, com texto em português. A última ópera apresentada nesse período é O Vagabundo, de Henrique Alves de Mesquita (1830-1906). Uma segunda fase do movimento é marcada pelo folclorismo. Sobressaem Alberto Nepomuceno (1864-1920) e Luciano Gallet (1893-1931).

O teatro desenvolve-se com a chegada da corte portuguesa, em 1808. A primeira peça é a tragédia Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição (1838), de Gonçalves de Magalhães, encenada por João Caetano (1808-1863). Martins Pena, autor de O Noviço, é considerado o primeiro dramaturgo brasileiro importante. Individualismo, subjetividade, religiosidade e situações cotidianas são as principais características do período.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.



Confira abaixo algumas imagens sobre o Romantismo:


Renascimento

O famoso movimento artístico denominado Renascimento desenvolveu-se entre 1300 e 1650. Ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, literatura e das ciências , que superaram a herança clássica. Renascença sugere a idéia de oposição com a época precedente. Marca a volta às fontes do saber antigo, da arte antiga e o reinício dos estudos abandonados no milênio que medeia entre a queda do Império ocidental do século XV. Precisavam de homens públicos com capacidade para escrever e falar bem.

Com origem no Humanismo, a noção de Renascimento diz respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal do renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação humana. A invenção da imprensa contribui para a disseminação de idéias. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo. Como conseqüência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

O Humanismo, estudo da antiga cultura greco-romana, está na origem do Renascimento e surge na Itália no século XIV. É favorecido pelo progresso econômico das cidades italianas, dominadas por uma rica burguesia, interessada nas letras e nas artes. Seus principais centros são Florença, Veneza e Roma e os primeiros grandes representantes, Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio (1313-1375).

O Humanismo desenvolve-se de modo notável e atinge o apogeu na Itália, no século XV, em razão de fatores como a proteção dos mecenas (papas, bispos, reis, príncipes e banqueiros que reúnem obras clássicas, amparam os estudiosos da literatura grega e latina, fundam bibliotecas e embelezam seus palácios e igrejas); a fuga dos sábios bizantinos, grandes conhecedores da cultura clássica, para a Itália e a invenção da imprensa. Seus principais nomes nesse período são Erasmo de Roterdã (1460-1536) e Thomas Morus (1478-1535).

O Renascimento italiano é favorecido ainda, além dos fatores determinantes do Humanismo, por uma tradição clássica, já que o país abrigou o centro do Império Romano, e pelo crescimento econômico das cidades italianas. Grandes mestres do Renascimento italiano são Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Rafael (1483-1520), Ticiano (1477-1576) e Tintoretto (1518-1594). Entre os escritores, destaca-se Maquiavel (1469-1527).


Confira abaixo algumas imagens sobre o Renascimento:


Regionalismo

O Regionalismo foi uma tendência do Romantismo que se iniciou na literatura no século XIX. Representa tipos e cenas do interior do país, integrando-os à cultura nacional. Entre as principais obras regionalistas do período romântico estão O Sertanejo, de José de Alencar; Inocência, de Visconde de Taunay (1843-1899); e A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães (1825-1884).

Com o desenvolvimento do Naturalismo, no final do século XIX, o Regionalismo se consolida. O cotidiano rural do Sul e do Nordeste é tema dos romances, que adotam também o modo de falar de cada região. Afonso Arinos (1868-1916), autor de Pelo Sertão, é considerado o principal nome do período. Outro escritor importante é Simões Lopes Neto (1865-1916), de Contos Gauchescos. Essa tendência é contemporânea dos pré-modernistas Euclides da Cunha, que escreve o livro-reportagem Os Sertões, sobre Canudos, e Monteiro Lobato, de Cidades Mortas, que trata da realidade do interior de São Paulo. A partir da década de 20, ao estimular a produção de uma literatura ligada à realidade do país, o Modernismo dá novo impulso ao Regionalismo. Em 1928, o sociólogo Gilberto Freyre lança o Manifesto Regionalista, que exalta a cultura regional e é contra a importação de manifestações artísticas européias. O movimento se renova com a obra de Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lins do Rego (1901-1957) e Érico Veríssimo. Na década de 50 destacam-se Mário Palmério, Bernardo Élis e Josué Montello, entre outros.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Realismo

O Realismo é o movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O Realismo representa uma reação ao subjetivismo do Romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao Naturalismo. Muitas vezes Realismo e Naturalismo se confundem.

A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também se destaca Édouard Manet (1832-1883), ligado ao Naturalismo e, mais tarde, ao Impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.

Na literatura, o Realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Parnasianismo e o Simbolismo. O romance - social, psicológico e de tese - é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e se torna veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.

Na passagem do Romantismo para o Realismo, misturam-se aspectos das duas tendências. Um dos representantes dessa transição é o escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850), autor do conjunto de romances Comédia Humana. Outros autores importantes são os franceses Stendhal (1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro, e Prosper Merimée (1803-1870), autor de Carmen, além do russo Nikolay Gogol (1809-1852), autor de Almas Mortas.

O marco inicial do Realismo na literatura é o romance Madame Bovary, do francês Gustave Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias; o russo Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz; e os ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.

A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).

No teatro, com o Realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.

Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.

No Brasil, o Realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.

Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o Realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um Realismo mais comprometido com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.

Em relação a literatura, o Realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Parnasianismo e o Simbolismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa.

O Realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao Romantismo. O marco do movimento é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.

No teatro, os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem passa a ser coloquial. Entre os principais autores estão romancistas realistas, como Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador de comédias e operetas como A Capital Federal e O Dote, Quintino Bocaiúva (1836-1912) e França Júnior (1838-1890).

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.


Confira abaixo algumas imagens sobre o Realismo:


Primitivismo

O Primitivismo foi um tipo de pintura desenvolvida por artistas de origem popular, com pouca ou nenhuma formação técnica, desvinculada de padrões acadêmicos e de preocupações estéticas ou temáticas vanguardistas. Refere-se a telas consideradas ingênuas e exóticas. O rótulo surge em 1886, na França, por iniciativa de artistas e intelectuais que, interessados em renovar a arte erudita, enaltecem criações populares européias e de outras civilizações. Por ter formação erudita, chamam os outros de "primitivos". No século XX, a mesma preocupação leva artistas expressionistas e surrealistas a resgatar produções visuais de crianças e doentes mentais. No Brasil, nos anos de 1930 e 1940, artistas ligados ao Modernismo valorizam a produção de pintores populares. Cardosinho (1861-1947), português residente no Rio de Janeiro, é incentivado por Candido Portinari. Sua tela Palhaço, sem preocupação com as regras de proporção, exibe um palhaço com cabeça enorme cercado de pessoas muito pequenas. Nos anos 40, os modernistas descobrem artistas depois considerados símbolos da arte "primitiva" no país: Djanira (1914-1979), José Antônio da Silva (1909-), Francisco da Silva (1910-) e Heitor dos Prazeres (1898-1967). A crítica é atraída não apenas pela liberdade no uso das cores e na composição dos planos, mas também pela temática, ligada à cultura popular. Em sua tela Cafezal (1952), Djanira retrata com cores vibrantes uma cena de trabalhadores numa plantação de café. Em uma tela sem título de 1966, Francisco da Silva exibe animais fantásticos com cores intensas. Waldomiro de Deus e Mestre Vitalino (Vitalino Pereira dos Santos, 1909-1963) também são considerados primitivos e suas obras têm estreita ligação com o artesanato popular.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Pop-Art

Tendência das artes plásticas que surge em meados da década de 50, no Reino Unido, vinculada a intelectuais do Instituto de Arte Contemporânea de Londres. Influenciada, de início, por artistas ligados ao Dadá e ao Surrealismo, a Pop-art ganha força nos anos 60 nos Estados Unidos (EUA), com repercussão internacional. Explora elementos da cultura de massa e da sociedade de consumo. Robert Rauschenberg (1925), um dos precursores da Pop-art nos EUA, inclui, por exemplo, uma placa de carro em sua obra Mercado Negro (1961). A linguagem da publicidade e da televisão, os quadrinhos, as embalagens industrializadas, a fotografia, os ídolos populares, os produtos descartáveis e o fast food são a base das criações. Colagens e repetição de imagens em série são características das obras.

Em reação ao subjetivismo da abstração, a Pop-art é uma arte engajada, que pretende fazer um comentário irônico e cínico do mundo capitalista e de seu modo de produção. Ao levar para o universo artístico materiais que fazem parte do cotidiano nas grandes cidades, deseja romper as barreiras entre a arte e o dia-a-dia. Embora, literalmente, pop art signifique arte popular, não há aí referência à produção criativa do povo, mas sim à produção para a massa, o que confere à obra um caráter de produto de consumo.

São marcos famosos da Pop-art os trabalhos de Andy Warhol em serigrafia sobre tela de embalagens de sopa em lata Campbells (1965) e de garrafas de Cola-Cola (1962). Em 1967, ele se apropria da imagem da atriz norte-americana Marilyn Monroe e a reproduz em seqüência, sobre a qual aplica várias combinações de cores. Ao retratar Marilyn com a mesma lógica com que retrata a lata de sopa, Warhol quer mostrar que, em uma sociedade de massa, o mito é tão descartável quanto uma lata.

Um artista que, assim como Warhol, explora o mundo do fast food é o sueco que vive nos EUA Claes Oldenburg (1929-). Em 1962, ele cria a escultura Hamburger. De plástico colorido, mostra um hambúrguer, um sorvete e um doce, em uma referência à padronização da alimentação e a sua equiparação a qualquer outro produto industrializado. Outros artistas de destaque são Jasper Johns (1930-), que faz a tela Três Bandeiras (1958), e Roy Lichtenstein (1923-), autor de Moça Afogada (1963). No Reino Unido destaca-se Richard Hamilton (1922-), que produz a colagem Interior (1956-).

Um dos desdobramentos da Pop-art nos EUA é o hiper-realismo, que se propõe a reproduzir em pinturas e esculturas cenas do cotidiano com a maior fidelidade possível. As obras, em geral em cores vibrantes e tamanhos enormes, exibem automóveis, paisagens urbanas e anúncios publicitários.

No Brasil, alguns elementos da Pop-art norte-americana influenciam trabalhos de Rubens Gerchman, como a serigrafia Lindonéia, a Gioconda do Subúrbio, e Claudio Tozzi (1944-), em O Bandido da Luz Vermelha.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.



Confira abaixo algumas imagens sobre o Pop-Art:


Parnasianismo

Escola literária que se desenvolve na poesia a partir de 1850. Nasce na França e precede em algumas décadas o Simbolismo. O nome do movimento vem de Parnaso, região mitológica grega onde moravam os poetas. O estilo caracteriza-se pelo respeito às regras de versificação, pela riqueza da rima e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. Valoriza a descrição objetiva, a escolha de palavras precisas e as frases invertidas. O emprego da linguagem figurada é reduzido e valorizam-se o exotismo e a mitologia. Os principais temas são os fatos históricos, os objetos e as paisagens.

O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (1811-1872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de Heredia (1842-1905), de origem cubana.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Nouvelle Vague

A Nouvelle Vague foi um movimento do cinema francês que surge no final dos anos 1950 e renova a linguagem cinematográfica. Seus principais representantes, comos Jean-Luc Godard (1930-) e François Truffaut (1932-1984), ex-críticos da revista Cahiers du Cinéma, reagem contra o academicismo das produções francesas, criticam o cinema de estúdio e as formas narrativas convencionais. Fortemente influenciados por diretores norte-americanos, como Alfred Hitchcock (1899-1980), John Ford (1895-1973) e Howard Hawks (1896-1977), defendem um cinema de autor e a liberdade narrativa. Realizam obras de baixo custo financeiro, privilegiam as câmeras portáteis, equipes pequenas e filmagens nas ruas, características que influenciam o cinema novo brasileiro.

A expressão Nouvelle Vague, que significa nova onda, surge pela primeira vez na revista francesa L''Express, em 1958. De início serve para definir um estado de espírito contestatório, comum a todos os gêneros de manifestações artísticas que demonstram sinais de vitalidade após um período de estagnação. Mas logo o termo é aplicado exclusivamente ao cinema.

Embora influenciada pelo neo-realismo italiano, a Nouvelle Vague interessa-se pouco pela situação social e política do país. Numa época em que a França está em guerra colonial com a Argélia, o movimento privilegia as questões existenciais, a discussão da liberdade individual numa sociedade repressora e os efeitos da memória e do tempo nas relações humanas. Entre os principais filmes estão Acossado (1959), de Godard, Os Incompreendidos (1959), de Truffaut, Hiroshima Meu Amor (1959), de Alain Resnais (1922-), Os Primos (1959), de Claude Chabrol (1930-), Paris Nos Pertence (1960), de Jacques Rivette (1928-), e Trinta Anos Esta Noite (1963), de Louis Malle (1932-1995).

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.
Confira abaixo algumas imagens sobre o Nouvelle Vague:

Neo-Realismo

Movimento cinematográfico nascido na Itália, em plena II Guerra Mundial, como um desenvolvimento do cinema realista. Dura até meados dos anos 50. Caracteriza-se pelo engajamento político e pela posição antifascista e rejeita as produções de entretenimento nos moldes das realizadas em Hollywood. Inova nos temas por tratar criticamente o cotidiano do proletariado, de camponeses e da baixa classe média, marcado por desemprego, fome e outras dificuldades enfrentadas no período de guerra e nos anos seguintes.ara mostrar que os problemas coletivos não podem ser resolvidos na individualidade, a figura do herói é eliminada - ou reduzida -, e não existe final feliz. O movimento revoluciona ainda a linguagem ao substituir produções de estúdio com estrelas do cinema e cenários elaborados por filmagens externas, geralmente nas ruas, com atores pouco conhecidos ou não profissionais. O uso de mínimos recursos também é uma saída para produzir filmes na pobreza do pós-guerra. A decisão de abandonar o suspense, a aventura e o artificialismo para retratar o cotidiano é a principal contribuição do Neo-realismo ao cinema moderno.

O termo Neo-realismo surge em 1942 para definir Obsessão, filme de Luchino Visconti (1906-1976) considerado a obra inaugural do gênero. Mas é Roma, Cidade Aberta (1945), de Roberto Rosselini (1906-1977), que alcança repercussão internacional. Paisà (1946) e Alemanha, Ano Zero (1947), dirigidos por Rossellini, também são marcos do movimento. Vittorio De Sica (1901-1974), outro expoente do neo-realismo, faz em 1948 Ladrões de Bicicletas, que trata do desemprego e da solidariedade na história de um operário que depende de sua bicicleta para trabalhar. Dirige também Milagre em Milão (1950) e Umberto D (1951).

Enfraquecido pela invasão das produções de Hollywood, o gênero perde força na Itália, mas exerce grande influência na cinematografia posterior de vários países. Na própria Itália influi na obra de Federico Fellini (1920-1933) e de Michelangelo Antonioni (1912-). No Japão marca cineastas como Akira Kurosawa (1910-1998), em Ralé (1957), e Nagisa Oshima (1932-), em Uma Cidade de Amor e Esperança (1959). No Brasil, o Neo-realismo inspira filmes como Rio, Quarenta Graus (1955) e Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos (1928-).

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Neo-Concretismo

O Neo-concretismo foi o movimento das artes plásticas que começa em 1957, no Rio de Janeiro, como dissidência do Concretismo paulista. Insatisfeitos com o que consideravam excesso de racionalismo, alguns artistas aliam ao Concretismo uma dose maior de sensualidade. Isso é feito com o uso mais livre da cor nas telas e com a criação de objetos que dependem da manipulação do espectador. Tendo como mentores o poeta Ferreira Gullar (1930-) e a artista plástica Lygia Clark, esses artistas expõem suas idéias no Manifesto Neoconcreto, publicado no Jornal do Brasil em 1959.

Os neoconcretos podem ser divididos em dois grupos. Com maior liberdade de concepção, o primeiro produz pinturas, esculturas e objetos que combinam essas duas formas de arte. Entre eles destacam-se os escultores Amilcar de Castro (1920-), Franz Weissmann (1914-), Willys de Castro (1926-1988) e Hércules Barsotti (1914-). Amilcar de Castro trabalha com chapas de ferro que são dobradas no espaço como folhas de papel. Willys de Castro faz os chamados relevos de parede, desenvolvendo objetos de madeira ou metal que mesclam pintura e escultura. O segundo grupo estimula a percepção tátil, além da visual, para que o público interaja com suas obras. Seus maiores representantes são Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape (1929-). Uma das principais obras de Lygia Clark é a série Bichos, composta de peças de metal unidas por dobradiças. O espectador pode manipular o objeto e modificar sua forma.

A participação do público nas obras de Hélio Oiticica também é fundamental. Seus "penetráveis" são ambientes em forma de labirinto em que as pessoas podem entrar e ter contato com estímulos sensoriais, como água e areia. Os "parangolés" são capas e faixas feitas de tecido e cordões pintados para ser vestidas durante apresentações de dança e música. Alguns exibem textos e fotos. Eles são expostos pela primeira vez no Salão Esso, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, em 1964. Lygia Pape leva as experiências do Neoconcretismo a outras áreas além da pintura e da escultura. Produz vários livros, como o Livro da Criação, em que o espectador interage com as folhas coloridas, que contêm, por exemplo, dobraduras e furos pelos quais passa luz. A cada abertura o livro mostra-se diferente.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Neo-Classicismo

Tendência artística de recuperação de formas e valores greco-romanos da Antiguidade Clássica desenvolvida na segunda metade do século XVIII. Surge na Itália, Alemanha e França e se espalha por outros países europeus e pelos Estados Unidos (EUA), com repercussão no Brasil. Pela segunda vez na história, artistas buscam inspiração nos padrões estéticos gregos e romanos. Do século XIV ao século XVI, essa tendência originou o classicismo, uma reação à religiosidade e à subjetividade da arte medieval. Já o neoclassicismo se opõe ao exagero emocional do barroco e à sua ligação com a Monarquia absolutista. Baseia-se na visão científica de mundo vigente em meados do século XVIII e nas idéias racionalistas do iluminismo e da Revolução Francesa.

A música vive esse movimento de modo defasado em relação às artes plásticas, à literatura e ao teatro. Nessa época, na segunda metade do século XVIII, os músicos vivem o período clássico. O que se denomina de neoclassicismo musical só acontecerá no início do século XX.

Artes plásticas

A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade. Uma amostra de pintura neoclássica nesse período é O Juramento dos Horácios, do francês Jacques-Louis David (1748-1825). Outro pintor de destaque é Dominique Ingres (1780-1867), de A Banhista de Valpinçon. Entre os italianos, sobressai Tiepolo (1696-1770). Na escultura, domina o italiano Antonio Canova (1757-1822), que retrata personagens contemporâneos como divindades mitológicas - Pauline Borghese como Vênus é um exemplo.

Literatura

Os textos empregam linguagem clara, sintética, gramaticalmente correta e nobre. A forma liberta-se um pouco do rigor do classicismo anterior. A principal expressão do movimento na literatura é o arcadismo, manifestado na Itália, em Portugal e no Brasil.

Na França, os novos ideais iluministas são a base dos textos. Os principais autores são Montesquieu (1689-1755) e Voltaire. O primeiro é autor, entre outras, da obra Do Espírito das Leis. Voltaire experimenta vários gêneros: tragédia (A Morte de César), poesia (Discurso sobre o Homem), contos fantásticos (Zadig) e romance de fundo moral (Cândido). No final do século, uma visão crítica da aristocracia é dada por Choderlos de Laclos (1741-1803), em As Relações Perigosas, e pelos romances eróticos do marquês de Sade (1740-1814) e de Restif de la Bretonne (1734-1806). Na Inglaterra destacam-se Robinson Crusoe, de Daniel Defoe (1660-1731), e As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift (1667-1731).

Música

O nome neoclassicismo é adotado pela música em 1918. Na época, o mundo das artes vivia o que genericamente se chamava de modernismo. A música neoclássica exibe muitas ornamentações e passagens melódicas singelas. A linguagem musical é simplificada, para ser ouvida pelo público não especializado.

O precursor do neoclassicismo é o russo Ígor Stravínski (1882-1971). Ele explora melodias do passado medieval, da música do Renascimento, de canções populares e do jazz norte-americano, como na peça A História de um Soldado.

O neoclassicismo repercute na França, nos EUA, na Alemanha e na Rússia. Neste último país, destaca-se o compositor Prokófiev (1891-1953), internacionalmente conhecido por Pedro e o Lobo, obra orquestral com narração dirigida ao público infantil, e por sua parceria com o cineasta russo Serguei Eisenstein (1898-1948) no filme Alexandre Nevski.

Teatro

A racionalidade predomina, revalorizam-se o texto e a linguagem poética. A tragédia mantém o padrão solene da Antiguidade. Entre os principais autores está Voltaire. A comédia revitaliza-se com o francês Pierre Marivaux (1688-1763), autor de O Jogo do Amor e do Acaso. Os italianos Carlo Goldoni (1707-1793), de A Viúva Astuciosa, e Carlo Gozzi (1720-1806), de O Amor de Três Laranjas, estão entre os principais dramaturgos do gênero. Outro importante autor de comédias é o francês Caron de Beaumarchais (1732-1799), de O Barbeiro de Sevilha e de Bodas de Fígaro, retratos da decadência do Antigo Regime e uma inspiração para as óperas de Mozart (1756-1791) e Rossini (1792-1868).

Numa linha que prenuncia o romantismo, trabalha o dramaturgo e filósofo francês Denis Diderot (1713-1784), um dos organizadores da Enciclopédia. Entre suas peças se destaca O Filho Natural. O italiano Metastasio (1698-1782) aproxima o teatro da música, como no melodrama A Olimpíada.

Neoclassicismo no Brasil

Nas artes plásticas, no início do século XIX o espírito do neoclassicismo inspira a Missão Artística Francesa, encarregada por dom João VI de fundar a Academia Imperial de Belas-Artes. No país, a tendência torna-se visível na arquitetura. Seu expoente é Grandjean de Montigny (1776-1850), que chega com a Missão Francesa. Suas obras, como a sede da reitoria da Pontifícia Universidade Católica no Rio de Janeiro, adaptam a estética neoclássica ao clima tropical. Na pintura, a influência neoclássica está submetida ao romantismo. A composição e o desenho seguem os padrões de sobriedade e equilíbrio, mas o colorido reflete a dramaticidade romântica. Um exemplo é Flagelação de Cristo, de Vítor Meirelles (1832-1903).

Na literatura, a principal expressão é o arcadismo, caracterizado por um estilo mais simples e objetivo e pela temática voltada para a natureza. Na música, a obra de Heitor Villa-Lobos exibe traços neoclássicos, como os fraseados melódicos da série Bachianas Brasileiras.

Naturalismo

O Naturalismo foi uma tendência das artes plásticas, da literatura e do teatro surgida na França no século XIX. Manifestou-se também em outros países europeus, nos Estados Unidos (EUA) e no Brasil. Baseia-se na filosofia de que só as leis da natureza são válidas para explicar o mundo e na de que o homem está sujeito a um inevitável condicionamento biológico e social. Por suas obras retratarem a realidade de forma ainda mais objetiva e fiel do que o realismo, o naturalismo é considerado uma radicalização desse movimento. Se nas artes plásticas não mostra o engajamento ideológico do realismo, na literatura e no teatro mantém a preocupação com os problemas sociais.

Influenciados pelo Positivismo e pela Teoria de Evolução das Espécies, os naturalistas apresentam a realidade com rigor quase científico. Objetividade, imparcialidade, materialismo e determinismo são as bases de sua visão de mundo. Desde 1840, as características do Naturalismo estão presentes na França, mas é em 1880 que o escritor Émile Zola (1840-1902) reúne os princípios dessa tendência no livro de ensaios O Romance Experimental.

A pintura retrata fielmente paisagens urbanas e suburbanas, e seus personagens são pessoas comuns. O artista pinta o mundo como o vê, sem as idealizações nem as distorções que o Realismo cria para expor suas posições ideológicas. As obras concorrem com a fotografia.

Por volta de 1830, o grande interesse por paisagens naturais leva um grupo de artistas a se reunir em Barbizon, na França, para pintar ao ar livre, uma inovação na época. Mais tarde essa prática será adotada pelo Impressionismo. Um dos principais artistas do grupo é Théodore Rousseau (1812-1867), autor de Uma Alameda na Floresta de L'Isle-Adam. Outro nome importante é Camille Corot (1796-1875).

Na literatura, a linguagem dos romances é coloquial, simples, direta. Para descrever vícios e mazelas humanos, muitas vezes se usam expressões vulgares. Temas do cotidiano urbano, como crimes, miséria e intrigas, mostram-se usuais. Os personagens são tipificados: o adúltero, o louco, o pobre.

A descrição predomina sobre a narração, de tal modo que se considera que os autores, em vez de narrar acontecimentos, os descrevem em detalhes. Fatos e emoções ficam em segundo plano. O expoente é Émile Zola, autor de Germinal. Também são naturalistas os irmãos Goncourt, de Germinie Lacerteux.

No teatro, as principais peças baseiam-se em textos de Zola, como Thérèse Raquin, Germinal e A Terra. A encenação deste último constitui a primeira tentativa de produzir um cenário tão realista quanto o texto. Principal diretor de peças naturalistas da época na França, André Antoine (1858-1943) põe em cena animais vivos e a simulação de um pequeno riacho.

Outro autor significativo do período, o francês Henri Becque (1837-1893) aplica os princípios naturalistas à comédia de boulevard, que adquire um tom amargo e ácido. As principais peças são A Parisiense e Os Abutres. Também se destaca o sueco August Strindberg (1849-1912), autor de Senhorita Júlia.

No Brasil, a tendência manifesta-se nas artes plásticas e na literatura. Não existem textos para teatro, que se limita a encenar peças francesas.

Nas artes plásticas, o Naturalismo acha-se presente na produção dos artistas paisagistas do Grupo Grimm. Seu líder é o alemão George Grimm (1846-1887), professor da Academia Imperial de Belas-Artes. Em 1884, ele rompe com a instituição, que segue as regras das academias de arte e rejeita a prática de pintar a natureza ao ar livre sem a referência dos modelos europeus. Funda, então, o Grupo Grimm em Niterói, no Rio de Janeiro. Entre seus alunos se destaca Antonio Parreiras (1860-1945). Outro naturalista importante é João Batista da Costa (1865-1926), que procura captar com objetividade a luz e as cores da paisagem brasileira.

Na literatura, em geral não há fronteiras nítidas entre textos naturalistas e realistas. No entanto, o romance O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo (1857-1913), é considerado o marco do Naturalismo no país. Trata-se da história de um homem culto, mulato, que vive o preconceito racial ao se envolver com uma mulher branca. Outras obras classificadas como naturalistas são O Ateneu, de Raul Pompéia (1863-1895), e A Carne, de Júlio Ribeiro (1845-1890). O naturalismo encontra-se na base do regionalismo, que, nascido no Romantismo, se consolida na literatura brasileira no fim do século XIX e permanece até hoje.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.