segunda-feira, 9 de maio de 2011

Nouvelle Vague

A Nouvelle Vague foi um movimento do cinema francês que surge no final dos anos 1950 e renova a linguagem cinematográfica. Seus principais representantes, comos Jean-Luc Godard (1930-) e François Truffaut (1932-1984), ex-críticos da revista Cahiers du Cinéma, reagem contra o academicismo das produções francesas, criticam o cinema de estúdio e as formas narrativas convencionais. Fortemente influenciados por diretores norte-americanos, como Alfred Hitchcock (1899-1980), John Ford (1895-1973) e Howard Hawks (1896-1977), defendem um cinema de autor e a liberdade narrativa. Realizam obras de baixo custo financeiro, privilegiam as câmeras portáteis, equipes pequenas e filmagens nas ruas, características que influenciam o cinema novo brasileiro.

A expressão Nouvelle Vague, que significa nova onda, surge pela primeira vez na revista francesa L''Express, em 1958. De início serve para definir um estado de espírito contestatório, comum a todos os gêneros de manifestações artísticas que demonstram sinais de vitalidade após um período de estagnação. Mas logo o termo é aplicado exclusivamente ao cinema.

Embora influenciada pelo neo-realismo italiano, a Nouvelle Vague interessa-se pouco pela situação social e política do país. Numa época em que a França está em guerra colonial com a Argélia, o movimento privilegia as questões existenciais, a discussão da liberdade individual numa sociedade repressora e os efeitos da memória e do tempo nas relações humanas. Entre os principais filmes estão Acossado (1959), de Godard, Os Incompreendidos (1959), de Truffaut, Hiroshima Meu Amor (1959), de Alain Resnais (1922-), Os Primos (1959), de Claude Chabrol (1930-), Paris Nos Pertence (1960), de Jacques Rivette (1928-), e Trinta Anos Esta Noite (1963), de Louis Malle (1932-1995).

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).
Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.
Confira abaixo algumas imagens sobre o Nouvelle Vague:

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