segunda-feira, 9 de maio de 2011

Arte: classe e valor

A arte é entendida por alguns como um pertence de apenas algumas classes sociais, principalmente das mais ricas. Esta definição exclui a classe inferior, em questão financeira. Nesse contexto, a arte é vista como uma atividade de classe superior associada à riqueza, a capacidade de venda e compra de arte, o lazer e o prazer para desfrutar de uma obra. Por exemplo, o Palácio de Versailles ou o Hermitage, em São Petersburgo, com sua vasta coleção de arte, acumuladas pela realeza da Europa exemplificam esta visão. Coletando tal arte é o de preservar o rico, ou de Governos e instituições.
Entretanto, tem havido um empurrão cultural na outra direção, pelo menos desde 1793, quando o Louvre, que tinha sido um palácio privado dos Reis de França, foi aberta ao público como museu de arte durante a Revolução Francesa. A maioria dos museus públicos modernos e arte programas educacionais para as crianças nas escolas pode ser rastreada até este impulso de mostrar a arte a todos. Nos Estados Unidos, há museus de todos os tipos: dos mais ricos, até os mais públicos, como acontece no Brasil, e em Portugal.
Há tentativas de criar arte que não podem ser compradas pelos ricos, como se fossem objeto de um estatuto. No final dos anos 1960 e 1970 foi justamente isto: criar arte que não podia ser comprada e/ou vendida. "É necessário apresentar algo mais do que meros objectos", disse que o grande artista pós-guerra alemão Joseph Beuys. Este período viu o surgimento de coisas como arte performática, vídeo arte e arte conceitual. A ideia era que, se o trabalho artístico foi um desempenho que iria deixar nada para trás, ou era simplesmente uma ideia, não podia ser comprada e vendida.
Muitas dessas performances de criar obras que são apenas compreendido pela elite, resultaram nas razões pelas quais uma ideia ou vídeo ou um aparente "pedaço de lixo" pode ser considerado arte.

Formas, gêneros, mídias, e estilos

As artes criativas são muitas vezes divididas em mais categorias específicas, tais como artes decorativas, artes plásticas, artes do espectáculo, ou literatura. Assim, por exemplo, pintura é uma forma de arte visual, e a poesia é uma forma de arte literária.
Uma forma de arte é uma forma específica de expressão artística para tomar, é um termo mais específico do que arte em geral, mas menos específico do gênero.
Alguns exemplos incluem:
Arquitectura
Artes cénicas
Arte digital
Arte-educação
Artes plásticas
Artes visuais
Banda desenhada
Cinema
Dança
Desenho
Escultura
Graffiti
Fotografia
Literatura (Poesia e Prosa)
Música
Pintura
Poesia
Teatro

Utilidade

Uma das características da arte é a dificuldade que se tem em conferir-lhe utilidade. Muitas vezes esta dificuldade em encontrar utilidade para a arte mascara preconceitos contra a arte e os artistas.
O que deve ser lembrado é que a arte não possui utilidade, no sentido pragmatista e imediatista de servir para um fim além dele mesmo. Assim, um quadro não "serve" para outra coisa, como um desenho técnico, como uma planta de engenharia, por exemplo, serve para que se construa uma máquina. Mas isso não quer dizer que a arte não tenha uma função.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão (segundo Charles S. Peirce, fundador da semiótica). Essa seria a principal função da arte.
A arte também é usada por terapeutas, psicoterapeutas e psicólogos clínicos como terapia. Nise da Silveira foi uma importante psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung, que utilizou com sucesso em seus pacientes, a partir de 1944, a arte a partir da terapia ocupacional. Graças a este trabalho, fundou o Museu do Inconsciente, em 1952, no Rio de Janeiro.
Paul McCartney, ex-Beatle, diz que a música é capaz de curar. Ele afirmou que em uma de suas visitas a um hospital que realiza tratatamento de autistas, estes respondiam quando se dedilhava algo no violão. Sabe-se que as pessoas vítimas de autismo respondem muito pouco a estímulos externos, de acordo com o grau de autismo.
A arte pode trazer indícios sobre a vida, a História e os costumes de um povo, inclusive dos povos e nações já extintos. Assim, conhecemos várias civilizações por meio de sua arte, como a egípcia, grega antiga e muitas outras. A História da Arte é a disciplina que estuda as manifestações artísticas da humanidade através dos séculos.
Grafite e outros tipos de arte de rua são gráficos e imagens pintadas por spray. São vistos pelo público em paredes de edifícios, em ônibus, trens, pontes e, normalmente sem permissão do governo. Este tipo de arte faz parte de diversas culturas juvenis. Nos EUA, na cultura hip-hop, são comumemente usadas para a expressão de opiniões sobre política, e outras vezes trazem mensagens de paz, de amor e união.
A arte, como qualquer outra manifestação cultural humana, pode ser utilizada para a coesão social, reafirmando valores, ou os criticando, de acordo com a civilização.
Assim, a arte é utilizada como instrumento de moralização, doutrinação política e ideológica, assim como ferramenta na educação em vários campos do conhecimento, desde o ensino básico até o treinamento de funcionários em empresas. Segundo a sistematização de conhecimento artístico e fisiológico sobre o funcionamento do cérebro realizado por Betty Edwards, principalmente a partir de sua obra Desenhando com o lado direito do cérebro, as habilidades artísticas são regidas pelo lado direito do cérebro, e a lógica e outras habilidades ligadas à racionalidade são regidas pelo lado esquerdo. A utilização da arte como ferramenta pedagógica seria uma forma de utilizar os dois lados do cérebro, de forma complementar para um aprendizado mais eficaz.
As obras de arte também podem fazer críticas a uma sociedade. Les Misérables, de Victor Hugo, é um exemplo de obra literária que critica a sociedade francesa do início do século XIX. A obra do pintor espanhol Goya, Os fuzilamentos de 3 de maio é outro exemplo disso.
A interpretação da obra depende do observador. Portanto, inversamente a própria subjetividade da arte demonstra a sua importância no sentido de facilitar a troca e discussão de ideias rivais, ou para prestar um contexto social em que diferentes grupos de pessoas possam reunir e misturar-se.

Definições da Arte

A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Pode ser separada ou não em arte rupestre, como é entendida hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido tecnológico.
Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e a ciência estavam juntas na figura do xamã, que era artista (músico, ator, poeta, etc.), sacerdote e médico. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades.
Este era o sentido que os gregos, na época clássica (século V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. Neste sentido, é a acepção ainda hoje usada no termo artes marciais.
No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada no meio da religião e da ciência".
A arte existe desde que há indícios do ser humano na Terra. Ao longo do tempo, a função da arte tem sido vista como um meio de espelhar nosso mundo (naturalismo), para decorar o dia-a-dia e para explicar e descrever a história e os diversos eus que existem dentro de um só ser (como pode ser visto na literatura) e para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem. Estilo é a forma como a obra artística se mostra, enquanto que Estética é o ramo da Filosofia que explora a arte como fundamento.
Uma obra artística só se torna conhecida quando algo a faz ficar diante de um dos sentidos do ser humano. Os avanços tecnológicos contribuem de uma forma colossal para criar acessibilidade entre a pessoa que deseja desfrutar da arte e a própria arte. A pessoa e a obra se unem então, por diversos meios, como os rádios (para a música), os museus (para pinturas, esculturas e manuscritos), e a televisão, que talvez seja, entre esses itens citados, o que mais capacidade tem para levar a obra artística a um número grande de interessados, por utilizar diversos sentidos (visão, audição) e por utilizar também satélite. A própria Internet é fonte de transmissão entre a obra e o interessado, com sites (que distribuem E-books e por softwares especializados em conectar o computador do usuário a uma rede com diversos outros computadores.
Entretanto, exploradores, comerciantes, vendedores e artistas de público (palhaços, malabaristas, ator, etc.) também costumam apresentar ao público as obras, nos mais diversos lugares, de acordo com suas funções. A arqueologia transmite ideias de outras culturas; a fotografia é uma forma de arte e está acessível por todos os cantos do mundo; e também por almanaques, enciclopédias e volumes em geral é possível conhecer a arte e sua história. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, cinema e dança.
O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas ideias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida.
A inspiração seria o estado de consciência que o artista atinge, no qual vê a percepção, a razão e emoção encontram-se combinados de forma parte para realizar suas melhores obras. Seria o insight de algumas teorias da psicologia.

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Créditos ao site

Tropicalismo no Brasil: Música, Arte e Fotos



Movimento cultural do fim da década de 60 que, ao fazer uso de deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira, até então dominada pela estética da bossa nova. Liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o tropicalismo adota as idéias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade para aproveitar elementos estrangeiros que entram no país e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criar um novo produto artístico. Também se baseia na contracultura, com a utilização de valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou subdesenvolvidas.

O movimento é lançado com a apresentação das músicas Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gil, no Festival de MPB da TV Record, em 1967. Acompanhadas por guitarras elétricas, as canções causam polêmica com uma classe média universitária nacionalista, contrária às influências estrangeiras nas artes brasileiras. O disco Tropicália ou Panis et Circensis (1968), manifesto tropicalista, vai da estética brega do tango-dramalhão Coração Materno, de Vicente Celestino (1894-1968), à influência dos Beatles e do rock em Panis et Circensis, cantada por Os Mutantes. O refinamento da bossa nova está presente nos arranjos de Rogério Duprat (1932-), nos vocais de Caetano e na presença de Nara Leão (1942-1989).

O Tropicalismo aparece também em outras artes, como na escultura Tropicália (1965), do artista plástico Hélio Oiticica, e na encenação da peça O Rei da Vela (1967), do diretor José Celso Martinez Corrêa (1937-). O movimento chega ao fim com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Caetano e Gil são presos e, depois, exilam-se no Reino Unido. Em 1997, quando se comemoram os 30 anos do Tropicalismo, são lançados dois livros que contam sua história: Verdade Tropical, de Caetano Veloso, e Tropicália: A História de uma Revolução Musical, do jornalista Carlos Calado.

Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).

Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.

Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).

Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.

Confira abaixo algumas imagens sobre o Tropicalismo:

Surrealismo

O Surrealismo é um movimento artístico e literário que surgiu na França na década de 1920, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadá. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Defende que a arte deve libertar-se das exigências da lógica e expressar o inconsciente e os sonhos, livre do controle da razão e de preocupações estéticas ou morais. Rejeita os valores burgueses, como a pátria e a família.

O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton, que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista, mas as suas raízes mergulham alguns anos antes. Quase na mesma altura em que se deu a explosão futurista, outros artistas italianos, principalmente Giorgio de Chirico (1888-1978), criaram uma escola radicalmente diferente, conhecida por pintura "metafísica". A maquinaria e o movimento encontram-se ausentes das suas obras, enveredando pelo interesse pelo subconsciente e pelo irracionalismo místico. Durante o período cubista, em Paris, Marc Chagall de origem russa e Chirico, filho de pai italiano e mãe grega, associam na sua pintura elementos reais e irreais, numa antecipação da qualidade onírica dos surrealistas. Chagall, de religião judaica, mantém-se ligado à tradição e às recordações da sua infância numa pequena aldeia russa. Algumas das suas pinturas refletem esse passado, com imagens descontínuas e irracionais, lembrando sonhos e visões onde o mundo parece irreal, sem densidade, opacidade ou peso físico. Utiliza cores espantosas pelo seu brilho e irrealidade. As formas são vivas mas também irreais. Parece um mundo de "fantasmas familiares". O conjunto reflete a influência da arte popular russa, do judaísmo e da Bíblia, que lhe serviram de inspiração. Chirico iniciou-se com a representação de paisagens urbanas onde aparecem edifícios de arcadas, estátuas e uma ou outra figura humana. Depois, experimenta composições mais estranhas e heterogêneas, em que as figuras, colocadas em espaços profundos e desolados, são manequins e outras personagens, compostas de objetos de todos os tipos, fazendo lembrar certas telas barrocas. A colocação das figuras e a projeção das suas sombras criam a impressão de solidão, de irrealidade e de sonho. Estas obras estranhas anunciam já o Surrealismo.

Essa corrente foi fortemente marcada pelas concepções psicanalistas de Freud e no conseqüente estudo do subconsciente. Breton, poeta e fortemente interessado pela psicanálise, imaginou uma nova forma de criação, partindo do reino do subconsciente que Kandinsky e Klee já tinham experimentado, mas introduzindo-lhe um novo espírito e um novo rumo. Estava assim criado o Surrealismo que se encontrava em sintonia com o clima intelectual da época.

Podem distinguir-se dois tipos de arte surrealista: o das experiências criadoras automáticas e o do imaginário tirado do mundo do sonho. O primeiro, tinha como objetivo assegurar a total liberdade criadora. O segundo, oferecia um novo campo de exploração artística, de ordem afetiva e caracterizava-se por uma fantasia abstrata.

As primeiras experiências feitas na pintura automática procuravam eliminar qualquer controle da razão ou do pensamento, libertando desse modo o subconsciente para o envio dos impulsos criadores. Seguiam as teorias defendidas por Freud e Bergson. Esperavam a erupção dessa vida secreta -as riquezas escondidas nas profundezas da alma- e assim alcançar o "maravilhoso", ausente da vida consciente. Para isso, utilizaram vários métodos, nomeadamente a hipnose, em que vários elementos do grupo entravam em transe, sendo registradas as palavras que pronunciavam enquanto estavam nessa situação. Depois, os surrealistas procuraram a combinação do consciente com o inconsciente, da realidade e do sonho para criar uma super-realidade. O artista mantém o figurativo, cuidando rigorosamente o desenho, mas renuncia ao racional para se deixar guiar pela imaginação e pela alucinação. Procuravam representar o "surreal", o que está para além da realidade, ou seja, o sonho, as imagens do inconsciente. Os seus quadros enchem-se de imagens estranhas, semelhantes às dos sonhos, cujo significado nem sempre é fácil de desvendar. Contudo, para muitos pintores, este movimento afirmava a importância do sonho na criação artística, como forma de libertação do espírito, recusando a "arte pela arte". As figuras que mais se destacam são: Salvador Dalí (1904-1989), René Magritte (1898-1967), Paul Klee, Wassily Kandinsky, Joan Miró, Max Ernst, entre outros.

Devido ao fato de este movimento ter como principal objetivo revelar os segredos e as profundidades do mundo psíquico, os artistas podiam servir-se das técnicas e dos princípios de todos os outros movimentos, incluindo estilos mais antigos (arte cretense, micênica e até a arte dos índios americanos ou a dos povos africanos e da Oceania). Inspiravam-se no que as convenções da sua época consideravam "estranho". Foi o que aconteceu com Joan Miró que utilizou símbolos que constituem uma autêntica linguagem hieroglífica. Deve-se ainda acrescentar que o Surrealismo é o resultado da "arte fantástica" e mantém-se ainda nos nossos dias muito vivo. Os surrealistas entendiam que "só o maravilhoso é belo" e por isso, procuravam através da surpresa alcançar uma "beleza violenta", rejeitando qualquer arte que aspirasse à racionalidade e à lógica. Talvez seja essa uma das razões por que tenha influenciado outras correntes que, à partida eram distintas dele, como é o caso da corrente denominada Neo-Romantismo que, embora pouco duradoura, sofreu uma ligeira influência mas os seus seguidores nunca recorreram ao subconsciente. Além disso, este movimento tem imprimido ao longo de várias gerações o gosto pelo fantástico, como acontece ainda nos nossos dias.

No Brasil, o Surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo Modernismo. Nas artes plásticas há traços surrealistas em algumas obras de Tarsila do Amaral, como na tela Abaporu, e de Ismael Nery, cuja tela nu mostra uma mulher branca de um lado e negra do outro. No início da carreira, o pernambucano Cícero Dias (1908-) pinta Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife, obra que apresenta todas as características surrealistas. Entre os escultores, o movimento influencia Maria Martins (1900-1973). Suas peças têm caráter fantástico, como o bronze O Impossível, em que bustos humanos têm lanças no lugar da cabeça.


Confira abaixo algumas imagens sobre o Surrealismo: